18 de maio de 2011

Relatório Final da IV Conferência Nacional de Saúde Mental Intersetorial de 2010

Seguem alguns trechos, além do link com o texto completo, do Relatório Final da IV Conferência Nacional de Saúde Mental Intersetorial de 2010.
A Terapia Comunitária é citada diversas vezes:

"Garantir a continuidade da implantação, ampliação e fortalecimento da terapia comunitária
como  estratégia  intersetorial de  promoção  e  cuidado  em saúde  mental nos  serviços  de
saúde, saúde mental e assistência social".

"Instituir, no  bloco  de  financiamento  PAB  (Piso  da  Atenção  Básica)  variável dos  Fundos
Municipais de Saúde, incentivo financeiro para implantação e implementação das Políticas
Nacional e Municipal de Práticas Inclusivas e Complementares/Integrativas, a exemplo, da
terapia comunitária, massoterapia, acupuntura e outras práticas integrativas".

"Oferecer formação para os profissionais do SUS que assegurem práticas no território da
Estratégia Saúde da Família, tais  como massoterapia, terapia comunitária e o Programa
Nacional de Práticas Integrativas e Complementares, de modo a assegurar estas práticas
como instrumento de promoção á saúde"

"Garantir o financiamento para a formação de Terapia Comunitária nos municípios que
desejem   implantá­la   e   fortalecer   naqueles   que   já   estão   em   desenvolvimento,   como
importante estratégia de cuidado no território"

"Criar   estratégias   para   modificar   o   uso   contínuo   e   indiscriminado   de   medicamentos,
fortalecendo os espaços de escuta e expressão no território, utilizando terapia comunitária,
rodas de conversa, oficinas terapêuticas, grupos de dança, arte­terapia, trabalho direcionado
à  valorização  das  potencialidades  dos  usuários  no  esporte, artesanatos, artes  (plásticas,
musical, cênicas)"

"Fortalecer e ampliar as equipes de terapia comunitária".



3 de maio de 2011

Dr Adarberto Barreto falando sobre os benefícios da Terapia Comunitária

http://www.youtube.com/watch?v=u2fJfTan04w&feature=related 

A PROBLEMATIZAÇÃO COMO FACILITADORA PARA CONDUÇÃO DE CASOS POR EQUIPE DE PSF

A PROBLEMATIZAÇÃO COMO FACILITADORA PARA CONDUÇÃO DE CASOS POR EQUIPE DE PSF
Luciano Carneiro de Lima
Maria Teresinha de Oliveira Fernandes
A terapia comunitária vem conquistando um número expressivo de profissionais de saúde.  Ela mostra-se eficiente para a abordagem comunitária, além de ser utilizada pela equipe de PSF. É uma metodologia que tem como um de seus pilares a “problematização”, que possibilita, a partir de um problema trazido por um membro da equipe, que todos possam discuti-lo, tomando como referência aspectos pessoais de sua vida.
Objetiva-se analisar a “problematização”, enquanto um dos pilares da Terapia Comunitária, na condução de casos acompanhados por uma equipe de saúde da família e discutir a “problematização” como facilitadora da condução das reuniões da equipe de saúde da família.
Trata-se de um relato de experiência, sobre a mudança na condução das reuniões da equipe de saúde da família de uma Unidade Básica de Saúde do Distrito Noroeste do Município de Belo Horizonte. Após discussão com a equipe disparou-se o processo de transformação a partir de março de 2008, quando o médico da equipe concluiu a formação em terapia comunitária. Os dados foram coletados por meio de reuniões durante o mês de Novembro/10, onde os integrantes da equipe avaliaram a modalidade adotada com suas impressões e críticas.
A “problematização” possibilitou maior participação dos membros da equipe gerando crescimento pessoal e profissional. Ao analisar os aspectos familiares, sociais e psicológicos dos pacientes, buscando refletir sobre seus próprios conflitos, os integrantes da equipe relataram sentirem-se mais seguros na condução dos casos, com decisões compartilhadas em detrimento de julgamento pessoal, práxis recorrente até então.  Com isso, observou-se que a equipe passou a compreender melhor os modos de viver de cada um, respeitando-se as diferenças e intervindo mais assertivamente nos casos. Perceberam-se mudanças na postura profissional, nos sentimentos com a valorização de si mesmo e motivação para o trabalho. E ainda, mudanças na abordagem entre os colegas de trabalho, que, possivelmente, passaram a conhecer aspectos pessoais de suas vidas, reforçando o respeito mútuo. 
A Terapia Comunitária traz consigo grande capacidade de transformação das relações de trabalho. Sua inserção, na modalidade de “problematização” nas reuniões de equipe, possibilitou a busca da qualidade no trabalho, além de satisfação pessoal dos integrantes da equipe. Essa prática proporciona reflexão coletiva sobre o próprio trabalho, num espaço onde cada um tem voz e vez, podem criticar, sugerir, propor mudanças com vistas ao trabalho mais humanizado.

TERAPIA COMUNITÁRIA: ESPAÇO DE ENFRENTAMENTO DAS ANGÚSTIAS GERADAS PELO TRABALHO DA ENFERMAGEM

TERAPIA COMUNITÁRIA: ESPAÇO DE ENFRENTAMENTO DAS ANGÚSTIAS GERADAS PELO TRABALHO DA ENFERMAGEM  

Luciano Carneiro de Lima
Maria Teresinha de Oliveira Fernandes

- Introdução
A Terapia Comunitária (TC) é uma eficiente estratégia para abordagem comunitária no PSF. Além de tratar os pacientes, essa prática se mostrou eficiente para abordagem da enfermagem no PSF.
- Objetivo
Objetiva-se descrever os temas levantados pelos profissionais da enfermagem, participantes das rodas de Terapia Comunitária, além de analisar a pertinência dos temas apontados pela categoria profissional nas rodas de TC.
- Metodologia ou descrição da experiência
Trata-se de estudo descritivo e exploratório das rodas de TC, realizadas na sede do Distrito Sanitário Noroeste de Belo Horizonte com os profissionais enfermeiros e auxiliares de enfermagem das Unidades Básicas de saúde. Cada profissional participou de uma roda de Terapia como introdução ao projeto de valorização da enfermagem. Foram realizadas 8 rodas de TC no período de Janeiro/09 a Abril/09. Todas foram registradas pelos terapeutas por meio de um instrumento desenvolvido por um dos terapeutas - acompanhamento da roda de TC - previamente testado e aprovado.
- Resultados
Os temas levantados pelos participantes foram: angústia e ansiedade gerados pelo trabalho com 28,2 %; frustração no trabalho com 20,5%, sobrecarga ou cansaço devido ao trabalho com 17,9%; impotência diante das demandas do trabalho com 12,8%; desvalorização, estresse, desmotivação e desrespeito em relação ao trabalho 10,5%; solidão e abandono no trabalho 7,6%; esperança em melhorias no trabalho 2,5%. Os resultados chamam atenção pela somatória de variáveis encontradas relacionadas à precariedade do trabalho no PSF e a desmotivação dos profissionais da enfermagem. Percebe-se que esse contexto, além de retratar o sofrimento do trabalho da enfermagem no PSF, tem influenciado a qualidade de vida destes trabalhadores e muitas vezes levado a adoecimento físico e psíquico, repercutindo no absenteísmo seja por faltas e/ou licença médica, reforçando a precariedade do trabalho em saúde. Os resultados apontam ainda para questionamentos de que “espaços como os da TC” deveriam ser uma política de cuidado e humanização com o trabalhador.

- Considerações
As constantes mudanças, exigências, pressões e o acúmulo de responsabilidades no trabalho, provocam transtornos nos profissionais e precisam ser trabalhados. Percebe-se que muitas vezes, ao falarem de suas angústias, os profissionais começam a perceber que podem mudar sua forma de enxergar e abordar seus problemas, além de refletirem sobre suas repercussões no processo de trabalho, nas relações interpessoais e em seu contexto de vida social e familiar. Assim sendo, a Terapia Comunitária mostrou-se bastante eficaz em trabalhar os conflitos e angústias gerados pelo processo de trabalho no PSF.

TERAPIA COMUNITÁRIA COMO POSSIBILIDADE DE ENFRENTAR SOFRIMENTOS E DEMANDAS NA ATENÇÃO BÁSICA

TERAPIA COMUNITÁRIA COMO POSSIBILIDADE DE ENFRENTAR SOFRIMENTOS E DEMANDAS NA ATENÇÃO BÁSICA

Autores:
Maria Teresinha de Oliveira Fernandes
UBS João Pinheiro/Secretaria Municipal de Saúde/Prefeitura Belo Horizonte/ Universidade Federal de Minas Gerais/MG/Brasil
Luciano Carneiro de Lima
UBS Santa Maria/Secretaria Municipal de Saúde/Prefeitura Belo Horizonte/MG/Brasil
Ana Luiza de Aquino
Universidade Federal de Minas Gerais/Belo Horizonte/MG/Brasil
Graziela da Costa Santos
Universidade Federal de Minas Gerais/Belo Horizonte/MG/Brasil
Sônia Maria Soares
Universidade Federal de Minas Gerais/Belo Horizonte/MG/Brasil

Introdução: Sabe-se que a terapia comunitária vem conquistando um número expressivo de profissionais de saúde e há necessidade emergente de estudos nessa temática, uma vez que se mostra como potente metodologia para atenção básica.
Objetivos: discutir a roda de terapia comunitária como metodologia facilitadora para o enfrentamento de demandas e sofrimentos psicossociais na atenção básica.
Metodologia: Trata-se de estudo exploratório e descritivo, que caracterizou o perfil dos participantes e analisou as rodas de terapia comunitária, em uma Unidade Básica de Saúde de Belo Horizonte/MG. A coleta de dados ocorreu de Novembro-2008 a Junho-2009, por meio da observação participante e do registro das rodas de terapia comunitária, em 63 rodas. Seguiram-se os preceitos éticos recomendados pela Resolução 196/96 do CNS. Na prática a Terapia Comunitária tem seus pressupostos e regras que organizam o trabalho no grupo e que há consonância com técnica psicodramática, permitindo aprofundar conhecimentos.
Resultados: Foi possível refletir sobre a precariedade do trabalho em saúde, despertar para investigação epidemiológica, trabalho humanizado com ações orientadas para espaços de escuta priorizando a pessoa e não o aparato técnico e farmacológico, além do cuidado em saúde e auto-estima.
Considerações finais: A terapia comunitária possibilita ao profissional apreender a linguagem do povo e adequar orientações ao nível cultural. Facilita, assim, o enfrentamento profissional de tensões, temores, fantasias, frustrações e preconceitos que permeiam as relações interpessoais.

Palavras-chave: terapia comunitária, metodologia, enfrentamento, demandas e sofrimentos.

A TERAPIA COMUNITÁRIA: UM ESPAÇO DE LEGITIMAÇÃO E SUPERAÇÃO DO SOFRIMENTO

A TERAPIA COMUNITÁRIA: UM ESPAÇO DE LEGITIMAÇÃO E SUPERAÇÃO DO SOFRIMENTO

LUCIANO CARNEIRO DE LIMA; Maria Teresinha de Oliveira Fernandes.

SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE DE BELO HORIZONTE – SMS

Introdução: A Terapia Comunitária é um espaço onde se procura partilhar experiências de vida e sabedorias de forma horizontal e circular.
Objetivo: Discutir a Terapia Comunitária enquanto espaço de legitimação do sofrimento e possibilidade de superação.
Descrição da experiência: Trata-se de relato de experiência das rodas de TC em sua fase de implementação nas unidades primárias de saúde Santa Maria e João Pinheiro, regional noroeste, Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil. Foram 121 rodas realizadas no período de setembro de 2008 a março de 2009, registradas pelos terapeutas por meio de um instrumento desenvolvido por um dos autores - acompanhamento da roda de TC - previamente testado e aprovado.
Resultados: As rodas favorecem aos participantes refletir que o ser humano passa por processos cíclicos de sofrimento e se recuperam. Leva-os a entenderem que suas angústias são legítimas; a identificarem a vitimização e não a reforçar; a discutirem processos de sofrimento na perspectiva de transformá-los em competências e forças para o processo de viver.
Conclusão: A roda de terapia comunitária é uma metodologia que respeita a individualidade e favorece a participação voluntária em qualquer momento que a pessoa se sinta à vontade para se colocar. A roda surge como lócus do encontro de pessoas em vários processos de sofrimento, declarado ou não, suscitando reflexões de que outras pessoas também sofreram e não ficaram detidas pelas circunstâncias. Pelo contrário, encontraram alternativas de superação.